terça-feira, 16 de junho de 2015

Planejamento de Estoque, Casas Populares e Logística.

Navegava na internet e uma notícia me chamou atenção: - “Construtora vende casa de plástico reforçado”. O artigo tratava da Casa Prática que é uma espécie de Lego que fica pronta em cerca de dez dias, custa R$ 20 mil, ou seja, menos do que um carro popular novo e pode ser financiada pelo SFH (Sistema Financeiro de Habitação). A estrutura da casa é feita de aço.
Ao todo, no País, já existem 30 casas. No Rio Grande do Sul existem várias com área média de 42m2, no Rio de Janeiro existem duas de 63m2, e em São Paulo três casas de 36m2. Todas elas construídas a partir da tecnologia Wall System desenvolvida no Brasil com apoio do IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas e da UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais.
Os painéis de Wall System são formados por uma estrutura tipo sanduíche de lâminas em plástico reforçado com fibra de vidro e núcleo com materiais que proporcionam isolamento térmico, acústico, resistência mecânica (impacto e tração) e resistência ao fogo.
O artigo apontava as vantagens da Casa Prática em relação aos sistemas construtivos tradicionais. Havia vantagem em relação ao conforto térmico e acústico; à durabilidade e facilidade de limpeza; à flexibililidade e modularidade da construção; e finalmente à velocidade de montagem.  Particularmente a velocidade de montagem que gera retorno rápido de investimento. E o retorno rápido do investimento é o ponto.
Assim como os programas de redução da fome os programas habitacionais se dão em um contexto comum, ou seja, no contexto logístico. Os custos habitacionais são multiplicados por causa da liquidez. O tempo relativo à capitalização, construção e venda gera custos financeiros proibitivos numa economia com uma taxa de juro extorsiva como a brasileira. 

Quer um exemplo. A pouco tempo atrás, surgiu uma oferta para aquisição de um apartamento com um valor 20% abaixo do mercado. Dizia o corretor, compre essa casa por R$ 80.000,00, que consigo comprador por R$ 100.000,00. Mesmo considerando a corretagem em 6%, imaginei que com uma taxa de juros de 25% ao ano, se a venda for realizada no primeiro mês é um grande negócio. Mas se demorar mais de 6 meses para a liquidez o negócio estará beirando o prejuízo, pois o rendimento financeiro seria maior que o ganho.
Da onde se pode concluir que todo o esforço na redução do custo habitacional relativo à técnica dificilmente irá compensar o esforço relativo à velocidade da construção. Considerar que TEMPO É DINHEIRO, é a grande verdade.
Portanto a grande solução técnica construtiva da Casa Prática está realmente na velocidade, porém não somente na montagem da habitação e sim associada a uma estratégia logística, através de uma melhor Gestão da Cadeia de Suprimento.
Utilizando o mesmo exemplo do artigo, que compara os custos habitacionais com o do mercado automotivo. O grande esforço das montadoras nos dias de hoje está na gestão da cadeia de suprimento, buscando técnicas de “Just in Time”, “Milk Run”, redução de desperdício e, principalmente, administração dos estoques na logística in bound (de suprimento), de processos produtivos, e out bound (distribuição).
Sim, a redução de custos habitacionais envolve a técnica construtiva, mas também envolve processos.
De acordo com o artigo, os únicos pontos negativos deste novo tipo de construção são a necessidade de treinamento das equipes de montagem e a construção de um lote mínimo para tornar o investimento viável. “Para sermos competitivos, a venda mínima para um determinado local necessita ser de 20 unidades ou 800m2 de área construída”.
Nesse ponto surge novamente a questão logística relativa à escala. A escala que irá possibilitar a otimização dos recursos produtivos relativos  ao transporte, movimentação, armazenagem e acondicionamento.


quinta-feira, 28 de maio de 2015

Custo Frete item Motorista:

Custo Frete item Motorista:

O custo do motorista é o maior custo fixo do frete e vem daí a sua relevância e motivo de um estudo bastante aprofundado. Com a Lei 12.619/10 que impõe alongamento de prazos de entrega e reajustes no frete seu peso passa a ser ainda maior.
Considerando que o custo frete é composto de Custos Fixos e Custos Variáveis, podemos avaliar o custo do motorista como fixo, variável ou misto:
·        Custo fixo = Quando o motorista é assalariado, ou seja, ganha por mês.
·        Custo variável = Se ela receber por viagem, ou entrega.
·        Custo Misto = Se ela receber uma parte do seu trabalho em salário e uma parte por viagem (ou entrega) realizada.
Nesta nossa publicação intitulada: Motorista: Cálculo dos custos de Mão de Obra do Motorista com encargos e benefícios; apresentamos o modelo de custos com variações de tipo de veículo que será operado e quais os modelos de carta para estas operações. No modelo de cálculo disponibilizado consideramos o motorista como custo fixo.
Só para um pequeno balanço, na nossa série de publicações relativas ao CUSTO FRETE, já elaboramos e disponibilizamos para o nosso público as seguintes Planilhas:
·        Custo Frete: item PNEU (transferências).
·        Custo Frete: item PNEU (distribuição urbana).
·        Custo Frete: item Combustível:

Sendo muito bem aceitas pelo nosso público.
Nossas planilhas estão sendo muito bem aceitas pelo nosso público. Vejam, por exemplo, o comentário do Adelar Tonelli Menegazzi:
Boa noite. Continue com esse relevante trabalho em prol do País, sim, pois você não esta ajudando um determinado grupo de pessoas e sim tornar o Brasil melhor em vários sentidos. Pense nisso. Obrigado. Adelar
Ficam então faltando publicar, as seguintes planilhas:
·        Depreciação do Veículo: Conceito e Composição dos Custos;
·        Custo oportunidade: Faremos considerações sobre os custos oportunidades;
·        IPVA/Seguro Obrigatório: Taxas obrigatórias e sua contribuição nos fretes;
·        Seguro do Veículo: Considerações sobre os diferentes Seguros Envolvidos;
·        Manutenção Preventiva: Tipos e programas de Manutenção e Custos
·        Administração: Custos indiretos que devem ser cobertos pelo frete
·        Lavagem: Assepsia e custos da higienização das caçambas.
·        Óleo: Recomendações e Composição dos custos de combustível
·        Manutenção Corretiva: Recomendações e Composição dos custos
Esse conjunto de Planilhas servirá para a composição do Custo Total Frete. Colecione e compartilhe, essa é a nossa contribuição para competitividade dos nossos custos no mercado brasileiro.

Vale ressaltar o aspecto didático das publicações, pois na medida em que são publicadas, possibilita aos interessados estudarem o modelo de composição de custos do frete.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Dez dicas da logística na construção civil

Fernando Henrique de Almeida Sobral(*)
Toda construtora que busca o sucesso na realização dos seus empreendimentos deverá obedecer aos dez mandamentos da logística na construção civil, sobre a pena do atraso da obra e desembolsos muito além do necessário.
Dica 1: Planejar sempre e antes de tudo. Falhas no planejamento de uma obra acarretam o re-trabalho, atrasos e desembolsos desnecessários. No Brasil se planeja mal e pouco. Pode-se dizer, que é a grande falha dos executivos que tem como sua maior característica sair fazendo. Nos países desenvolvidos, em uma obra de um ano planejam-se dez meses e constroem-se em dois. Em muitas empresas brasileiras planeja-se dois meses e a construção demanda o resto do tempo.
Dica 2: Padronizar buscando sempre uma família de padrões. Além da padronização dos materiais da obra é muito importante a padronização dimensional. Da mesma forma que os planejadores devem buscar a padronização dos módulos de carga que possibilitam a melhor escolha dos equipamentos de movimentação dos materiais.
Dica 3: Integrar a movimentação dos materiais e dos sistemas de informação com os prestadores de serviços e os supridores da obra. A integração deve se dar utilizando a dimensão do palete padrão de 1,00 m x 1,20 m e os códigos de barra, EAN 13 o DUN 14 e o UCC 128.
Dica 4: Simplificar, para não desperdiçar. A boa solução é aquela óbvia, que promove expressões do tipo: - Porque não pensei nisto antes? – Mas é lógico. Bem bolado.
Dica 5: Respeitar a Força da Gravidade, nunca esquecendo que levar para baixo é sempre mais fácil. Se precisar de um motor para elevar provavelmente haverá ruído, maior necessidade de manutenção de equipamento e adicional de custo de energia.
Dica 6: Controlar o processo e materiais. Nunca esquecendo da máxima, Só é possível melhorar aquilo que é medido. Indicadores de desempenho são fundamentais para a boa logística da obra civil. Controlar também o fluxo de materiais e principalmente, controlar estoques o grande responsável pelo escoamento financeiro e desperdício. Utilizar esquemas de Just in time, Kanban, Reposição Contínua e Quick Response. Ou seja, visar sempre à redução de estoques.
Dica 7: Respeitar a Segurança do Trabalhador, pois são eles os principais prejudicados. Se houver movimentação manual reduza o peso. Um saco de cimento de 60 kg é muito peso para movimentação manual. Pode provocar desvio na coluna dorsal e afastamentos dos trabalhadores por lordoses entre outras doenças.
Dica 8: Mecanizar e se possível automatizar. A mecanização possibilita uma maior velocidade de deslocamento tanto horizontal como vertical. Permite o empilhamento dos produtos desimpedindo a circulação melhorando o fluxo dos materiais na obra. Sempre é possível a mecanização, mesmo na utilização de um simples carrinho ou uma paleteira. Na automação da construção é possível a utilização de coletores de dados integrados com o Sistema de Gestão Empresarial.
Dica 9: Criação, mas sempre considerar que a possibilidade de erro é menor nas técnicas consagradas. Sem perder a criatividade saber utilizar técnicas inovadoras, porém consagradas. O novo sempre possibilita surpresas por vezes não muito agradáveis.
Dica 10: Sustentabilidade, respeito à natureza e ao meio ambiente. Sempre utilizar materiais recicláveis, tábuas de “pinus” e “eucalipto” ou madeiras de reflorestamento. Utilizar coletores solares. Aproveitar a água para reuso, e captar as águas pluviais. Buscar a sustentabilidade no momento da construção e após o edifício concluído. O planeta agradece.
As dez dicas na logística devem ser mantidas fixadas no quadro de informação daqueles que projetam e executam a operação, sobe pena de manter o alto desperdício  e ainda provocar um prejuízo para o meio ambiente.
(*) Arquiteto, Especialização JICA / TÓQUIO / Mestrado da FAU/USP, Foi Pesquisador no IPT Diretor da INTERLOGIS. Foi Vice Presidente da ASLOG em 1998. Professor: da FATEC e ESCOLA VÉSPER.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Cinco dicas para um bom projeto de armazenagem


Houve um tempo que os armazéns eram chamados de depósitos. Lá era o local onde a empresa jogava as coisas que seriam guardadas, para um dia serem vendidas. Neste tempo não se falava em logística.

Hoje em dia, a visão é bem diferente. Os armazéns ou almoxarifados muitas vezes vão ser o diferencial competitivo das empresas que buscam oferecer um alto nível de serviços. Mesmos com todo avança da logística no Brasil e no mundo, ainda alguns almoxarifados não possuem características construtivas de alto padrão.

Nas vezes que precisei identificar pontos de apoio a distribuição, tive dificuldade de encontrar galpões de qualidade e regulamentado. Das ofertas nas regiões procuradas, a qualidade era sofrível, dado a características do pé direito, do piso, da cobertura, da inexistência de docas e de infra-estrutura para o sistema de informação.

A produtividade e a eficácia na operação logística são dependentes da qualidade construtiva do galpão e nestes últimos anos muitos condomínios logísticos foram construídos em São Paulo.

Para aqueles que buscam investir na construção de galpões de qualidade considere estas cinco dicas básicas que precisam ser atendidas no galpão do futuro.

Dica 1 – Verticalização da armazenagem
Dica 2 – Mecanização do processo de movimentação
Dica 3 – Facilidade de carregamento utilizando Niveladores de Docas
Dica 4 – Proteção ao produto contra infecções e intempéries.
Dica 5 – Sistema de Informação eficiente

A dica número 1 trata da questão da verticalização da armazenagem. O pé direito de 4 ou 5 metros já não atende as necessidades de empresas que possuem empilhadeiras elétricas retráteis para elevação de 9 a 12 metros, Considere que estas empilhadeiras estão cada vez mais populares. Com a globalização, qualquer empresa tem acesso a estes equipamentos. Os preços estão menores e o desenvolvimento tecnológico nesta área segue em passos largos.

Além de tudo, com a popularização da produção industrializada de vigas e colunas com concreto de resistência controlada que possibilita grandes alturas e o preço cada vez maior dos terrenos, está ficando muito fácil atender esta necessidade.

As empresas estão percebendo que a verticalização possibilita uma melhor organização dos almoxarifados. Esta organização permite aos operadores realizar a separação dos pedidos de forma rápida e assertiva, trazendo produtividade e melhoria do nível de serviço.

A dica número 2 trata da questão do modelo de operação que se dará no galpão, impondo desta forma a utilização de pisos com alta resistência, para suportar o peso de pilha de 10 a 12 metros de produtos e com capacidade de resistir o impacto das rodas das empilhadeiras.

O impacto este que provoca o desgaste a abrasão. E este era o problema existente nos galpões do passado. Juntas, desníveis, degraus, ângulos não serão permitidos nos galpões do futuro, que devem ter seus pisos com qualidade e características diferentes.

A dica número 3 trata da utilização de docas e dos niveladores de docas, quase sempre ausente nos galpões do passado. Em um mercado que encontrar um galpão regularizado é uma raridade, com doca então, isto se torna uma proeza. Diante disto, muitas empresas acabam optando por construir seus próprios Centros ou Pontos de Apoio a Distribuição. Para quem busca investir na construção galpões para venda ou locação, pode estar certo que este recurso valoriza muito as instalações. Docas e niveladores são os diferenciais que criam valor.

A dica número 4 trata de como o galpão possibilita a preservação do produto no tocante a segurança, infestações de roedores, insetos e intempéries. Os avanços tecnológicos das coberturas estão permitindo espaços com um mínimo de colunas e com uma grande estanqueidade evitando umidade ou goteiras que muitas vezes condenam o produto para venda.

Diferente do passado quando as coberturas eram suportadas por tesouras de madeira com telhas cerâmicas ou a aberração do cimento amianto ou fibro cimento. A qualidade das construções deve também inibir o crescimento de colônias de roedores ou de insetos através de fechamento hermético.

A dica número 5 trata de possibilidade de instalações de redes elétricas, telefônica e lógica. Um grande problema que as empresas encontram hoje é como fazer as instalações. Duas situações podem atender o futuro. Ou através de redes sem fio, como os sistemas de radio freqüência e “wireless”, ou a utilização de pisos elevados. Muitos estão apostando nas redes sem fio que já está se popularizando e os custos estão cada vez menores.

O estudo de tendências demonstra que os novos galpões vão certamente permitir as empresas o avanço da logística. Combinando os investimentos privados nos pontos de armazenagem com a melhoria da infra-estrutura de transporte o custo Brasil será competitivo com os dos países mais desenvolvidos da economia global.

Veja o Estudo de Caso de Construção de Centro de Distribuição: